quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Robots e calculadoras de bolso

Os sons produzidos por material electrónico são capazes de provocar em mim sensações únicas e que muito dificilmente um som de um equipamento acústico conseguirá produzir. No entanto, reconheço que os instrumentos acústicos tocados por mãos (bocas, cotovelos, ou outra parte do corpo) habilidosas superam as criações ímpares da electrónica.
A música electrónica surge, muito “acanhadamente”, nos finais do séc. IX. Já nos inícios do séc. XX, alguns artistas italianos do movimento futurista tentam inovar ao introduzir na música a expressividade liberta de “conceitos e preconceitos”. Para tal recorreu-se a instrumentos que produziam sons electrónicos mas com uma musicalidade algo limitada; como por exemplo o “intonarumori” e o “theremin” (os The Gift utilizam este último em alguns concertos que ultimamente nos têm oferecido).
Só no final da década de 70 (séc. XX) é que a música electrónica ganha pujança (se preferirem podem ler: “torna-se mais comerciável”) com o aparecimento de alguns grupos alemães que acabaram por serem fonte de inspiração para toda a cena da música electrónica dos anos oitenta, noventa e contemporânea. Desses grupos destaco os Kraftwerk, fundados por dois músicos de formação clássica (Florian Schneider e Ralf Hütter). Não menos importantes foram também os, Neu!, os Tangerine Dream e os Can (estas duas bandas numa onda mais rock psicadélico com alguns ácidos, flores e fumos).
Estranho é eu recordar que quando era puto (11 ou 12 anos) adorava ouvir as músicas dos Kraftwerk enquanto a maior parte dos meus amigos só queriam ouvir Elton John, Cliff Richard, Paul Mccartney, F. R. David e outras coisas do género. Anos mais tarde colocava Kraftwerk a altos berros para chatear os meus vizinhos logo pela manhã.

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